Na última semana, o Teatro Mario Covas de Caraguatatuba foi palco de um importante debate sobre envelhecimento saudável durante o 1º Fórum Municipal de Longevidade. O evento integra a Semana de Valorização à Pessoa Idosa. Quatro especialistas de áreas distintas apresentaram estratégias e reflexões essenciais para ampliar a qualidade de vida de quem passa dos 60 anos.
No Brasil, e especialmente no Litoral Norte, essa parcela da população vem crescendo rapidamente.
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O primeiro a falar foi o professor doutor Egídio Lima Dórea, coordenador da Universidade Aberta à Terceira Idade da USP e membro do International Longevity Centre Brazil. Ele destacou que a ONU e a Organização Mundial de Saúde identificaram o período de 2021 a 2030 como a “Década do Envelhecimento Saudável”, reforçando a necessidade de ações públicas e privadas para garantir bem-estar na terceira idade.
Egídio reforçou que envelhecer não é apenas uma fase, mas uma oportunidade que deve ser conduzida com protagonismo, praticando atividades físicas, mantendo uma alimentação equilibrada, fortalecendo laços familiares e sociais, e combatendo o preconceito denominado etarismo.
“Estudos mostram que a qualidade dos relacionamentos pode aumentar até em 7,5 anos a expectativa de vida. E combater o etarismo através de educação desde a infância é fundamental para construir uma sociedade mais justa e acolhedora com todas as idades”, afirmou.
Envelhecimento, saúde física e mental
Na sequência, a psicóloga Divina de Fátima Santos abordou a importância da saúde mental. Ela destacou que manter vínculos afetivos, cultivar resiliência e evitar o isolamento são estratégias essenciais para envelhecer com mais qualidade.
Além disso, ela alertou que o uso excessivo do celular, principalmente à noite, prejudica o sono e a saúde mental, aspectos que, segundo ela, precisam estar sempre em prioridade para quem deseja viver mais e melhor.
Outro tema importante foi apresentado pela fisioterapeuta Rúbia Hiromi Guibo Guarizi, especialista em Gerontologia. Ela explicou que a sarcopenia, a perda de massa muscular comum na terceira idade, é uma das principais causas de queda e perda de autonomia entre idosos.
Segundo dados internacionais e nacionais, cerca de 15% dos idosos no Brasil têm essa condição, o que aumenta o risco de internações e mortes. Rúbia reforçou que a prática de exercícios específicos, orientados por profissionais, é o caminho para recuperar força, melhorar o equilíbrio e ampliar a independência.
Encerrando a noite, o médico Márcio Adriano Taniguti apresentou os ‘Oito segredos para uma longevidade saudável’, baseados em estudos de populações de ‘zonas azuis’ (leia aqui). Essas são regiões com alta concentração de idosos saudáveis e longevos, como Okinawa, na Ásia, e Sardenha, na Itália.
Para ele, manter o corpo ativo, uma alimentação equilibrada, dormir bem, evitar o estresse e cultivar uma rede de apoio social são fundamentos para viver mais e melhor. Segundo Taniguti, esses hábitos formam uma receita de sucesso para garantir uma longevidade plena, com saúde física e mental duradoura.