Argola plástica mata tubarão em Ubatuba

Um tubarão foi encontrado morto com um lacre de garrafão preso ao corpo nesta semana, na Praia do Cedro, em Ubatuba.

O animal, popularmente conhecido como cação-rola-rola, estava com o objeto enroscado logo abaixo da cabeça e isso o teria impedido de comer e se mover, A provável causa da morte foi por inanição e também pelos ferimentos causados na região.

O triste flagrante foi registrado por José Custódio Vieira, um caiçara que há anos se dedica à conservação local. “Sou um pescador local e fico indignado com essas situações. Sempre ajudei a manter a praia limpa, conscientizar as crianças e apoiar a conservação. Mas, quando encontro essas coisas, fico muito triste”, desabafou Vieira, autor das imagens.

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Segundo o Aquário de Ubatuba, que monitora a fauna local, o caso não é isolado, mas sim um reflexo da crise do lixo marinho que assola o litoral paulista. Situações de animais marinhos vitimados por plástico, incluindo tartarugas, golfinhos e outras espécies de tubarões, estão se tornando cada vez mais comuns e frequentes, segundo pesquisas.

Um simples objeto, como o lacre encontrado no cação, pode levar séculos para se decompor na natureza, tempo suficiente para causar estragos irreversíveis e matar diversos animais.

Lixo nos oceanos

tubarão

“O caso deste tubarão é mais um alerta. Não é acidente, é consequência. Estamos há anos lutando contra o lixo no mar, mas sem um engajamento coletivo e políticas efetivas, vamos continuar perdendo vidas marinhas e comprometendo o futuro dos oceanos”, alertou a equipe do Aquário.

Para a instituição, a solução exige responsabilidade que vai além dos voluntários e das ONGs. É urgente que governos e empresas assumam o problema, criando soluções sustentáveis e fortalecendo a fiscalização.

Os biólogos reforçam que a população também precisa agir, com medidas como o uso de embalagens reutilizáveis, assim como banir descartáveis; separar o lixo reciclável e jamais jogar resíduos em rios e praias.

Em paralelo, a equipe ressalta que é necessário exigir políticas públicas e fiscalização, e multiplicar a conscientização sobre o impacto do plástico nos oceanos.

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