A Polícia Civil deflagrou a Operação Mar de Cripto, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 6 milhões do shopping Serramar, em Caraguatatuba. Sob a coordenação do delegado Rodolfo Augusto, seis pessoas foram presas preventivamente na manhã desta quinta-feira (20).
Os suspeitos seriam integrantes de uma organização criminosa composta por jovens estelionatários, que teriam desviado o dinheiro por meio de fraudes envolvendo empresas fantasmas. Além disso, eles teriam realizado a lavagem de dinheiro, utilizando os valores obtidos de forma ilícita em corretoras de criptomoedas e em compra e venda de motos de luxo.
Nota fiscal falsa
O shopping, que está realizando a construção de um hotel avaliado em R$ 30 milhões, reportou à polícia a descoberta da uma nota fiscal falsa de uma empresa ligada a um contador. O delegado Rodolfo Augusto explicou que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) havia identificado conexões entre o contador e outros membros do grupo criminoso investigado, um deles seria funcionário do shopping.
A investigação, que começou há seis meses, também se concentrou em uma loja de motos do shopping, onde 17 motocicletas foram apreendidas, e um dos sócios foi preso. Outra empresa aberta pelo grupo é uma startup financeira que, conforme o COAF, opera sem autorização do Banco Central e sem um escritório físico.
“O relatório do COAF mostrou que a falsa fintech e a loja de motos foram criadas no mesmo mês, em agosto de 2023, e a financeira teve transações com duas corretoras de criptomoedas”, completou o delegado.
Além do homem preso em Caraguatatuba, três foram pegos em São José dos Campos, uma pessoa em Jacareí e uma na capital paulista. Já os mandados de prisão foram cumpridos em diversas localidades, incluindo Santos e Caçapava.
Na operação, foram apreendidos três carros de luxo, 18 motos de luxo e um jetski, além de R$ 39 mil em dinheiro. Também foram bloqueadas 40 contas bancárias que estavam vinculadas às fraudes eletrônicas, cujos valores estão em processo de soma.
As autoridades confiscaram ainda diversos equipamentos, incluindo notebooks, celulares, chips usados para golpes, relógios de alto valor e joias. Os policiais destacam que a quebra de sigilos telemáticos dos dispositivos apreendidos permitirá a continuidade das investigações, a fim de esclarecer completamente as fraudes.
Os seis suspeitos detidos estão à disposição da Justiça. O shopping Serramar afirmou, em nota, que está cooperando com as investigações.