A historiadora e educadora caiçara Edna do Espírito Santo de Assis lança na próxima sexta-feira (18) seu livro ‘Camaroeiro: Histórias e Memórias’ – 25 anos de do Festival do Camarão.
A história nos convida a uma viagem no tempo e na cultura da praia que dá nome ao livro, situada no coração de Caraguatatuba. A tarde de autógrafos no Quiosque da Joana, das 17h às 20h, com entrada é gratuita.
Nascida e criada no bairro do Camaroeiro, Edna é filha de Benedito Francisco do Espírito Santo e Maria Aparecida do Espírito Santo. Durante toda sua vida esteve envolvida no trabalho da pesca com a família. Casada com Luiz Antônio de Assis, também pescador, tem dois filhos; Diogo Roberto de Assis e Luan Ricardo de Assis.
Resultado de uma pesquisa, que teve início em seu trabalho de conclusão do curso de História, a autora compartilha em sua narrativa, festas, momentos de diversão, personagens marcantes e as transformações que moldaram a vida dos moradores locais ao longo das décadas.
O livro revela como o modo de vida caiçara, um equilíbrio entre pesca e agricultura, foi impactado pelo progresso e como as mudanças redefiniram a noção do tempo entre os residentes. Através de relatos emocionantes e fotografias, capta a essência de uma comunidade que vive em harmonia com o mar, destacando a sabedoria e as experiências dos mais antigos.
Em comemoração aos 25 anos do Festival do Camarão, comemorado em 2024, o livro celebra o evento, que preserva e comemora as tradições caiçaras, narrando a história do festival, desde sua criação até seu papel vital na vida dos pescadores e pescadoras da região, além de sua importância cultural para a cidade de Caraguatatuba.
“Durante anos, desejei compartilhar a história dos meus antepassados, narrar como viveram e sobreviveram em meio a tantas dificuldades superadas com trabalho, dedicação e, principalmente, com o amor que dedicavam uns aos outros. Esta narrativa busca abrir possibilidades para que as memórias dos antigos caiçaras não se percam. As lembranças são fundamentais para avançar na compreensão de como essas experiências influenciam e ajudam a reconstruir as práticas atuais.A relação com o mar é uma parte integrante da vida do pescador, manifesta-se no trabalho, no prazer, no lúdico, nas façanhas e nos sonhos que permeiam o imaginário. Estou muito feliz com a obra publicada”, destaca a autora.
A publicação contou com apoio da Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba (Fundacc) e do Projeto Redes, fruto da parceria com a Fiotec/Fiocruz por meio do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Resultado de uma condicionante exigida à Petrobras pelo licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, o Projeto Redes é uma política pública conquistada por comunidades tradicionais pesqueiras impactadas por empreendimentos de petróleo e gás natural no litoral norte de São Paulo e no litoral sul do Rio de Janeiro.