Durante o ano de 2021, a EDP, distribuidora de energia elétrica de Caraguatatuba e São Sebastião, registrou 1.263 fraudes, conhecidas popularmente como “gatos”, em residências, comércios e indústrias na região.
A energia recuperada pelos furtos foi de 7 mil Megawatts-hora (MWh), montante suficiente para abastecer a cidade de Aparecida por um mês. Segundo a EDP, uma em cada três inspeções realizadas no Litoral Norte houve identificação de irregularidade na medição.
Quando ocorre o flagrante, o responsável pelo local é convidado a participar da apuração da energia furtada junto dos técnicos especialistas da empresa e, conforme regras da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é realizado a cobrança de todo o valor não faturado durante o período do furto.
Perigo
De acordo com a Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia (ABRADEE), ligação clandestina é quarta maior causa de morte no país relacionada à energia elétrica, sendo que somente em 2018 foram 12 óbitos registrados no Brasil. Vale ressaltar que o Artigo 155 do Código Penal Brasileiro, prevê que o furto de energia é crime e passível de multa e prisão de um a quatro anos para o infrator.
Conforme a EDP, o furto de energia, além de perigoso, contribui para tornar a conta de luz mais cara para todos os consumidores, uma vez que a quantidade de energia perdida por fraude e os custos para identificar e coibir as irregularidades são levados em consideração pela Aneel para estabelecer o valor da tarifa de energia para cada área de concessão. O Estado também é prejudicado, já que deixa de arrecadar o Imposto sobre Comercio e Serviço (ICMS), cobrado por meio da conta de luz, que poderia ser utilizado em benefícios da população.
Além do impacto financeiro, os furtos e fraudes de energia pioram a qualidade do serviço prestado, prejudicando todos os consumidores. As ligações clandestinas sobrecarregam as redes elétricas, deixando o sistema de distribuição mais suscetível a interrupções e oscilações no fornecimento de energia.
“Em muitos casos, fraudes ou ligações clandestinas são feitas de forma precária, sem respeitar regras de segurança e padronização, o que acaba por aumentar o risco de ocorrência de incidentes e acidentes, tanto para o fraudador, quanto para a comunidade ao redor”, destaca Vanessa Lugon, gestora executiva da EDP.
Para conscientizar a população e alertar crianças e adultos sobre os riscos das fraudes, a EDP realiza projetos durante todo o ano com as comunidades e escolas dos municípios onde a concessionária atua.
Tecnologia EDP
De acordo com a EDP, a tecnologia é parte essencial no trabalho de combate às fraudes. Por meio de uma central integrada de monitoramento remoto e ferramentas de modelagem estatística, a companhia identifica com mais precisão as inconsistências na medição dos clientes, com alertas e mapeamento de suspeita de irregularidades e, dessa forma, realiza inspeções em campo em toda área de concessão.