Caraguatatuba investiga morte suspeita de dengue de idoso de 78 anos

A dengue também pode afetar a retina provocando sangramentos ou mesmo seu descolamento
(Foto: Divulgação)

Por Acácio Gomes

A cidade de Caraguá investiga mais
uma morte por suspeita de dengue. Nesta semana, Benedicto Leite dos Santos, 78
anos, morador, do bairro Jetuba, morreu após dar entrada em uma unidade
hospitalar do município.

De acordo com informações de
familiares, ele teria morrido após complicações em decorrência da dengue. No
atestado de óbito consta como causa da morte as seguintes patologias: choque
séptico, pneumonia, dengue e senilidade (processo de envelhecimento).

Segundo a Secretaria de Saúde de
Caraguá ainda não existe comprovação oficial de que o paciente teve como causa
morte principal a dengue. “A morte segue em investigação. Os exames serão
encaminhados para o Instituto Adolfo Lutz (IAL) e a confirmação ou não (de que
teria sido ou não dengue) é feita pela Secretaria de Estado da Saúde”, disse em
nota a administração.  

Se confirmada, esta seria a terceira
morte por dengue em 2015 somente em Caraguá. Uma mulher de 39 anos veio a óbito
vítima de dengue hemorrágica no bairro do Perequê-Mirim, e a segunda, uma
senhora de 63 anos, no bairro Rio do Ouro.
Desde janeiro, Caraguá já contabiliza
3.826 casos confirmados de dengue e decretou estado de calamidade pública no
começo de março. Outros 169 exames ainda aguardam investigação.

Dos casos confirmados, 55% são do
sexo feminino e 45% do masculino. A faixa etária mais afetada pela doença, em
Caraguá, é de 26 a 40 anos, com 28%, seguida pela faixa de 13 a 25 anos (23%),
0 a 12 anos (18%), 41 a 55 anos (16%) e pacientes com mais de 56 anos (15%).

Outras cidades
A cidade de São Sebastião tem 2.106
casos confirmados, segundo o último balanço da Prefeitura. Outros 412 exames
ainda aguardam resultado.

O município ainda investiga a morte
de uma pastora identificada como Neuza Pereira, 50 anos, que morreu há 15 dias
no Hospital de Clínicas da cidade e teria falecido vítima de dengue
hemorrágica.

Ilhabela contabiliza 655 casos
confirmados e aguarda resultado de 33 exames. Já Ubatuba tem 612 vítimas de
dengue, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (83 somente no Estufa II
e 76 na Maranduba). A cidade ainda aguarda resultado de 2.473 exames.
Em todo o Litoral Norte, já são 7,2
mil casos confirmados de dengue em 2015. Outros 3.087 exames ainda aguardam
resultado.


Dengue também pode afetar a visão
Como se não bastasse o mal estar, a
febre, a dor de cabeça, a prostração, entre outros sintomas, a dengue, poucas
pessoas sabem, também pode afetar a visão.

A oftalmologista Amaryllis Avakian
Shinzato (que é chefe do setor de Catarata do Hospital das Clínicas em São
Paulo e também atende em São José dos Campos na Clínica Vale Vision Dr. José
Shinzato) explica que a doenç
a pode causar desde hemorragias intraoculares até
inflamação do nervo óptico.  

“Para combater o vírus, nosso sistema
imune forma anticorpos que podem se depositar nos vasos sanguíneos do olho,
ocasionando obstrução ou hemorragia (derrame)”, explica.

Segundo Amaryllis, a dengue pode
afetar o segmento posterior dos olhos chamado de retina (camada de células
nervosas do fundo do olho que transmite as imagens para o cérebro) provocando
sangramentos ou mesmo descolamento. Além disso, a redução do número de
plaquetas, comum nos casos de dengue hemorrágica, também pode contribuir para
que ocorra hemorragia na superfície do olho, chamada de conjuntiva, ou no
interior do globo ocular.

 “Se afetar o nervo óptico, a dengue provoca uma
inflamação chamada de neurite óptica, que pode acometer ambos os olhos, e até
levar à perda da visão”, alerta a oftalmologista.

Os problemas oculares são mais
frequentes nos casos de dengue hemorrágica, mas é importante que todas as
pessoas que tiverem a doença fiquem atentas. “Visão turva, perda de parte da
visão, visão distorcida, dor ocular ou vermelhidão são os sintomas mais comuns
e esses pacientes devem ser avaliados imediatamente por um oftalmologista”,
alerta.

Já a dor no fundo do olho, queixa
comum dos pacientes com dengue, ressalta a oftalmologista, na maioria dos casos
não está relacionada com problemas oculares, mas com o quadro clínico da
paciente.

“Em função dos riscos à visão, é
recomendável que todos os pacientes acometidos pela dengue façam o exame de
fundo de olho para verificar se há alguma alteração ocular”, reforça a
oftalmologista. 



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