A Associação Ambientalista Terraviva (Atevi) realiza no próximo dia 15 de maio, no Santuário Marinho Ecológico de Ilhabela, na Praia do Portinho, a soltura de 2 mil alevinos de garoupa verdadeira para promover o repovoamento da espécie. Este tipo de peixe está em exntinção e tem grande influência na saúde dos ambientes de corais da região.
A ação começou com a produção inédita no Brasil dos alevinos em cativeiro, levantamento das áreas adequadas para garantir a sobrevivência e reprodução dos peixes no mar e, agora, a soltura.
De acordo com Claudia Kerber, veterinária responsável e presidente da Atevi, ações para reequilibrar as degradações ambientais, sobretudo no mar, são muito necessárias. O repovoamento, assim como o defeso, são ferramentas importantes para prevenir o colapso e até mesmo o esgotamento da vida marinha.
A veterinária destaca ainda que as garoupas têm crescimento lento e podem chegar até 50 quilos aos 50 anos de vida. Esse é um dos fatores que contribuem para o risco de extinção. Dessa maneira, a produção de alevinos em laboratório é fundamental para garantir a sobrevivência da espécie, fornecendo formas jovens para aquicultura e repovoamento em locais onde já desapareceu ou onde suas populações estão comprometidas. No caso da Atevi, para chegar aos alevinos saudáveis e perfeitos, foram muitos anos de tentativas e estudos e mais de 60 ensaios até conseguir fechar o protocolo. Hoje, o Laboratório montado na região sul de Ilhabela é referência para vários países e universidades, recebendo, também, estudantes locais para ações de educação ambiental.
O projeto tem apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Em 28 anos de atuação, o grupo já viabilizou mais de 1,5 mil projetos, colaborando para a descoberta de 176 novas espécies da fauna e flora brasileira.
Monitoramento
Os alevinos serão monitorados a cada 60 dias por dois anos. Os peixes foram marcados geneticamente para garantir o acompanhamento. “Vamos manter o monitoramento até a fase de maturidade sexual, período em que se inicia a nova geração de filhotes”, explica Cláudia Kerber. Os peixes estarão protegidos da pesca pela legislação e serão soltos em uma Área de Preservação Ambiental, tudo para garantir a efetividade do repovoamento.
Desde 2006 a Atevi desenvolve ações para conservação dos oceanos e desenvolvimento social das comunidades costeiras do Brasil. O laboratório mantém em sua equipe veterinária, biólogos, mergulhadores e técnicos em aquicultura. O Garoupeta também conta com a parceria do Instituto de Pesca de São Paulo, Laboratório de Genética de Peixes da Universidade de Mogi das Cruzes, Redemar Alevinos, APA Marinha do Litoral Norte Paulista e Prefeitura Municipal de Ilhabela.