Cachorro ferido e amarrado é resgatado na estrada do Pegorelli

Um cachorro sem raça definida que estava ferido e amarrado em um tronco foi resgatado na estrada do bairro Pegorelli, em Caraguatatuba, neste fim de semana. O animal também apresentava sinais de desnutrição e agressão. Segundo a protetora Elisa Pellegrini, ele foi deixado no local para morrer. Ela e sua equipe levaram o cão para uma clínica veterinária, onde passou por consulta e exames.

“Ele foi deixado ali para morrer. O animal está com a doença do carrapato, desnutrido, com uma infecção muito grave na pele, muitas feridas e hematomas resultantes de agressão”, conta Elisa.

Em outro caso neste fim de semana, uma cadela de porte pequeno foi abandonada com seus filhotes recém-nascidos. Ao sair a procura de alimentos ela acabou sendo atropelada e morreu. A protetora conta que “os filhotes dependiam da mãe; acabaram de abrir os olhinhos. Nós conseguimos três mães de leite para eles, mas somente uma delas os aceitou. Por ser muito pequena, deixamos dois bebês com ela e estou cuidando de outros dois e outra protetora de mais dois. Estamos dando leite de mamadeira, a cada três horas”, informou.

O abandono e maus tratos de animais no Litoral Norte têm chamado a atenção de protetores da causa e de veterinários, não apenas pela quantidade mas pela crueldade aplicada. No final de março, uma cadela prenha foi encontrada enforcada em São Sebastião.

A veterinária Bianca Auer, da clínica Vet Life, confirma ver um número grande de animais de rua e abandonados sendo resgatados por ONG’s e levados até a clínica para receber cuidados. “A prevenção, além do trabalho da campanha de castração, já realizado pela Zoonoses, é investir também em campanhas de incentivo à adoção de animais de rua e de abrigos e alertar a população sobre as leis que protegem os animais dos maus tratos e abandonos”. A veterinária vê esses caminhos como alternativas pra reduzir essa crescente de animais e rua e abandonados.

Maire Massariol, protetora animal, também concorda que a castração é um passo importante na redução do abandono de animais. “Um casal de cães ou gatos pode gerar em um ano, doze filhotes em média. Em cinco anos, mais de 12 mil filhotes são gerados através deles”, calcula. A castração diminui a ansiedade do animal, o risco de ter tumores e evita que ninhadas inteiras sejam descartadas nas ruas por falta de adotante, explica Maire.

Crime

Maus tratos são tipificados no Artigo 32 da Lei Federal 9.605/98, que define como crime: “praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”. A pena é detenção de três meses a um ano, além de multa. No parágrafo 1º – Incorre nas mesmas penas quem realizar experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. E parágrafo 2º – A pena é aumentada de 1/6 a 1/3, se ocorre morte do animal.

A Policia Militar Ambiental com base no artigo 29 da resolução SMA n° 48/2014, aplica uma multa administrativa no valor de R$ 3 mil pelo crime de maus tratos. O valor é dobrado se ocorrer a morte do animal durante os maus tratos ou em decorrência de recomendação médico veterinária para eutanásia.

Segundo o Capitão Igor Khenzo Hiasa, da Polícia Ambiental, geralmente as ocorrências de maus tratos a animais são oriundas de denúncias. Quando uma equipe chega ao local e constata a veracidade da denúncia, sempre que possível é solicitado uma equipe da Zoonoses com um veterinário para prestar auxílio e um laudo técnico, bem como a recolha do animal. A ocorrência é apresentada na Delegacia de Polícia Civil mais próxima, para que o delegado tome as providências judiciais contra o infrator.

Denúncias podem ser feitas pelo telefone (12)3886-2200.

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